Companhia aérea lucrou 203,5 milhões nos nove meses, após prejuízo de 90,8 milhões no mesmo período de 2022. Resultado foi “o mais elevado desde que são divulgados resultados trimestrais”.

A TAP lucrou 203,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, depois de no período homólogo ter sofrido um prejuízo de 90,8 milhões de euros, informou esta terça-feira a empresa num comunicado divulgado no respetivo site, adiantando que o resultado “é o mais elevado de sempre desde que são divulgados resultados trimestrais“.

Na nota, a companhia aérea liderada por Luís Rodrigues explica que as receitas operacionais nos primeiros nove meses de 2023 ascenderam a 3,2 mil milhões de euros, demonstrando um aumento de 725 milhões (+29,7%) em comparação com o mesmo período de 2022.

“Este crescimento consistente das receitas reflete a abordagem estratégica da TAP para aproveitar as oportunidades de mercado“, sublinhou a companhia.

A TAP registou um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente de 752,4 milhões de euros, com uma margem de 24%, bem como um “sólido” EBIT (resultado antes de juros e impostos) recorrente de 400,7 milhões, com uma margem de 13%.

“Estes resultados sublinham o nosso compromisso de proporcionar valor duradouro aos nossos stakeholders, mantendo uma abordagem equilibrada no desempenho financeiro”, vincou a empresa.

O Governo deu a 28 de setembro o primeiro passo para a venda de entre 51% e 100% da TAP, com a aprovação do decreto-lei de reprivatização. A companhia aérea será alienada através de um processo competitivo de venda direta.

A empresa vai voltar a ter donos privados depois de em 2020 o Governo ter avançado para a nacionalização da companhia, cuja sobrevivência ficou posta em causa pelo impacto da pandemia no transporte aéreo. A entrada do Estado ditou a saída da Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa, que tinham ganho a reprivatização de 2015, feita pelo Governo PSD/CDS.

No comunicado sobre os resultados esta terça-feira, a TAP adiantou que a posição de liquidez da empresa está resiliente. Apesar de uma diminuição de 147,3 milhões de euros quando comparado com o final de 2022, seguindo o habitual padrão sazonal de consumo de liquidez da indústria no terceiro trimestre e do reembolso das Obrigações 2019-2023 no valor total de 200 milhões no final de junho de 2023, o grupo diz manter uma posição de liquidez forte de 768,8 milhões.

Mesmo com esta redução, verificou-se uma melhoria significativa do rácio Dívida Financeira Líquida / EBITDA a 30 de setembro de 2023, atingindo um nível de 2,4 vezes, assinalando um progresso em relação ao rácio de 3,5 vezes registado no final de 2022, explicou.

“Este facto ilustra a gestão financeira disciplinada da TAP e a tomada de decisões prudentes, o que proporciona confiança aos nossos investidores”, sublinhou.

Resultados são “encorajadores”, diz CEO

Em relação ao terceiro trimestre, a TAP informou que o resultado líquido totalizou 180,5 milhões, tendo sido o resultado líquido trimestral mais elevado desde que há registos trimestrais, melhorando em 69,2 milhões em comparação com o terceiro trimestre de 2022 e 179,4 milhões de euros quando comparado o mesmo período de 2019.

“Os resultados do terceiro trimestre são encorajadores e validam o foco da organização em executar um bom verão para os nossos passageiros”

Luís Rodrigues, CEO da TAP
Comunicado resultados terceiro trimestre de 2023

“Estamos a dar sólidos passos para melhorar a robustez das nossas operações e a qualidade do serviço que prestamos aos nossos passageiros, acelerando a recuperação dos dois últimos difíceis anos”, adiantou o CEO, sublinhando que o aumento significativo das receitas, suportado por margens operacionais resilientes e um forte trajeto de desalavancagem, “provam a solidez financeira do grupo num contexto desafiante“.

No período de julho a setembro, as receitas operacionais aumentaram em 12,5% em comparação com o período homólogo e, tendo aumentado em 139,5 milhões de euros para 1.258,5 milhões, ultrapassando e representando 121% das receitas operacionais do terceiro trimestre da pandemia. “Este aumento deveu-se maioritariamente ao aumento das yields juntamente com um aumento da capacidade”, sublinhou a empresa.

O EBITDA Recorrente totalizou 390,7 milhões no trimestre, representando um aumento de 110,7 milhões em comparação com o mesmo período no ano passado, “e tem sido positivo por nove trimestres consecutivos desde o início da crise pandémica“. O EBIT Recorrente aumentou em EUR 123,6 milhões em termos homólogos, totalizando 276,3 milhões.

A TAP concluiu que de uma perspetiva operacional, não houve alterações na rede durante o terceiro trimestre. “Relativamente à frota operacional, esta era composta por 98 aeronaves, a 30 de setembro de 2023, sendo que 68% da frota operacional de médio e longo curso consistia em aeronaves da Família NEO (face a 66% a 30 de setembro de 2022 e 33% a 30 de
setembro de 2019)”.